Os pais da
estudante Bruna Andressa Borges, de 19 anos, que transmitiu sua morte pelo
Instagram na última quarta-feira (26),
foram encontrados mortos na tarde desta sexta (28). Os corpos do subtenente
Márcio Augusto de Brito Borges, de 45 anos, e da esposa, a ex-sargento
Claudineia da Silva Borges, 49, estavam na casa onde moravam, na Vila Militar,
no bairro Bosque, em Rio Branco.
Em coletiva
nesta sexta, o comandante do 4ºBIS, coronel Wellington Valone Barbosa, disse
que é prematuro afirmar as circunstâncias da morte do casal, mas há indícios de
que cada um tenha tirado a própria vida. Cartas foram encontradas na casa e
estão com a Polícia Civil.
“Os detalhes
serão apurados em um inquérito que já foi aberto pela Polícia Civil e também
aqui pelo batalhão. Vamos abrir um processo administrativo para apurar as
circunstâncias das mortes. Só a perícia vai poder confirmar. Nosso processo é
chamado de sindicância e realizamos para elucidar os fatos. O resultado deve sair
em 20 dias úteis, mas esperamos que saia em um prazo mais curto”, afirmou. A
família da ex-sargento Claudineia já foi informada do ocorrido e está a caminho
da capital acreana. O Exército disse que conseguiu localizar um irmão do
subtenente Borges e o corpo deve ser transladado para Belém, no Pará
Entenda o Caso:
A estudante
Bruna Andressa Borges, de 19 anos, se suicidou e transmitiu ao vivo o ato na
tarde desta quarta-feira (26) na vila militar, no bairro Bosque, em Rio Branco.
O vídeo foi transmitido através do Instagram para 286 seguidores. Antes de se
enforcar, Bruna também postou mensagens no Facebook em que se dizia machucada.
Ela cursava
o 3º período de ciências sociais na Universidade Federal do Acre (Ufac). “Já
fui abandonada e julgada pela pessoa que achei que seria minha melhor amiga, a
pessoa que amei me humilhou e riu da minha cara, me chamou de ridícula. Talvez
eu seja, mas não pretendo continuar perguntando para saber”, disse em uma
postagem horas antes de se matar. Bruna continua a postagem dizendo ainda que
“a pior arma que o mundo criou foi o próprio ser humano”. Além disso, lamentava
ter existido e pedia desculpas aos amigos.
“Eu quero
viver, mas quero ser livre e feliz, porém, parece que não dá pra ser feliz
tendo que agradar a todos e a si mesmo. Peço desculpas aos poucos que me
restaram e que tanto me aconselharam, simplesmente não consigo”, finaliza.
Logo em
seguida, ainda no Facebook, ela postou: “Já viram alguém morrer ao vivo?”. Nos
comentários amigos e familiares pedem que Bruna responda ou atenda as chamadas.
O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado às 16h16, mas foi direcionado para o
endereço errado.
“A
princípio, os amigos ligaram para que nós pudéssemos contê-la, mas passaram o
endereço errado, que era onde ela morava antes de ter se mudado para a vila. E
nesse local, ninguém sabia informar onde ela estava morando agora.
Infelizmente, não chegamos a tempo de conter devido a esse desencontro”,
explica o major do Corpo de Bombeiros, Cláudio Falcão.
A reportagem
conseguiu entrar em contato com uma tia da menina, Maria Trindade, que mora em
Belém, de onde a família era antes de ser transferida para Rio Branco. Ela
confirmou que ficou sabendo da notícia através de amigos da família. “Eles
moravam aí porque os pais dela são militares e ela havia passado na faculdade e
ficaram morando em Rio Branco. Era uma menina feliz, tinha liberdade, era muito
forte. Não dá para acreditar que ela fez isso. Não sei porque ela fez isso”,
disse a tia entre lágrimas.