Representantes
dos comerciantes informais deram depoimentos e defenderam a manutenção dos
direitos desses trabalhadores. “Não somos contra a desobstrução de vias, só
queremos uma organização que garanta o direito ao trabalho dessas famílias”,
disse Breno Santos.
Segundo
Mariana Carvalho, filha de camelô e hoje empresário, a profissão dos vendedores
ambulantes e comerciantes informais “deve ser respeitada”. “Essas pessoas
precisam apenas trabalhar. Os camelôs estão reivindicando apenas um local digno
para trabalhar”, acrescentou.
O advogado
dos comerciantes do Camelódromo, Leonardo Bruno, alertou que esses
profissionais desconheciam o projeto de revitalização do local e essa falta de
informação estava gerando insegurança entre eles, que não sabem que critérios
serão usados para acomodar ambulantes de outras áreas, como das praças Mary de
Pinho e Brasil, Calçadão e avenida Getúlio Vargas.
O presidente
da Associação dos Lojistas do Calçadão, Marconi Marques, empresário do ramo de
bolsas, ex-camelô, disse que os empresários não são contra os comerciantes
informais, porém pregou “uma parceria” entre os dois segmentos para organizar o
comércio no centro da cidade e em outros locais.
Os
ambulantes e comerciantes informais receberam apoio integral dos vereadores em
suas reivindicações. "Vamos nos organizar sem desempregar", declarou
o vereador Ricardo Seidel (Rede), autor da proposição solicitando a realização
da audiência pública.
Chiquin da
Diferro (PSB), defensor do projeto de construção de um shopping popular desde
2010, reiterou que os direitos dos comerciantes informais devem ser garantidos,
assim como os dos comerciantes que pagam impostos. “Queremos solucionar o
problema e esta Casa sempre estará para debater e encontra soluções”, frisou.
O líder do
Governo, Hamilton Miranda, afirmou que a Prefeitura vai encontrar uma solução
para o problema. “Sou contra, sim, a ocupação das calçadas, tanto pelos
ambulantes como pelos comerciantes, mas defendo que seja encontrado um local
para que os ambulantes possam trabalhar”, argumentou.
Bebé Taxista
(PEN) disse que apoia a causa dos ambulantes, entretanto disse que as
discussões passam pela Câmara Municipal, que é a representante legal da
população e responsável pela fiscalização da aplicação da lei. “Não adianta a
classe querer lutar e criticar os vereadores. Precisamos nos unir para
solucionar o problema”, defendeu.
Compromisso
O secretário
de Planejamento Urbano, Fidélis Uchoa, garantiu que a Prefeitura só irá retirar
os ambulantes das praças, do Calçadão e Getúlio Vargas após a conclusão do
projeto de revitalização do Camelódromo, na Praça Tiradentes.
A arquiteta
da Secretaria de Planejamento Urbano (Seplan), Teresa Cristina Marques,
apresentou o projeto em data show, detalhando todas as etapas das obras.
Segundo ela, a primeira etapa irá contemplar os vendedores de comidas, que
serão remanejados para a área que fica atrás do terminal urbano de ônibus. Na
segunda etapa, será construído o shopping popular para abrigar os outros
comerciantes, com lojas padronizadas e área para terminal de vans.
Porém, nem o
secretário nem a assessora da Seplan informaram o início e término das obras e
a origem dos recursos para revitalização do local.
O prefeito
Assis Ramos esteve presente no final da audiência e fez um breve pronunciamento
sobre a posição do Executivo em relação à questão. Assumiu o compromisso de não
remanejar nenhum desses trabalhadores enquanto não encontra uma local
definitivo para alojá-los, com condições dignas de trabalho e demanda de consumidores.
Disse também que a desobstrução de calçadas vai continuar e que “ninguém irá
impedir” que ele cumpra sua promessa.“Sabemos do
momento grave por que passa o país, o nosso estado e nosso município. Não
queremos mais desempregados, mas vamos cumprir a legislação”, afirmou.











